Valmarino X Cabernet Franc 2005

Sabe aquelas descobertas fantásticas que a gente faz no mundo dos vinhos e num rompante de egoísmo tem vontade de não contar pra ninguém? Foi assim que eu me senti quando conheci a Valmarino, no distrito de Pinto Bandeira, lá no Sul, na Rota dos Vinhedos.

Mas respirei fundo e pensei melhor. Não é justo que eu não comente sobre esse vinho e queira ficar com toda a produção só pra mim. Até porque, como já sei que eles produziram bastante dessa safra, não vai ter muito problema. E eu também já tenho meu contato lá, então minhas garrafinhas estão garantidas.

O vinho é espetacular! Acho que de toda a viagem feito ao Sul, de todos os vinhos degustados, esse foi um dos melhores, senão o melhor. Mas antes de falar dele, quero contar sobre a vinícola.

Eles ficam em Pinto Bandeira, distrito pequenino fora da rota principal dos vinhedos. Tem uma plaquinha na estrada e dá pra perder a entrada facilmente. A Valmarino é a última vinícola. O lugar é pequeno e eles nos recebem num galpão improvisado.

Os vinhos são servidos numa mesinha simpática e no dia que fui com a minha esposa tive o privilégio de conversar com a simpática Lindiane (sim, é assim que se escreve e ela acha que os pais erraram na hora de registrar), que é novinha, mas já sabe tudo sobre vinhos.

A Valmarino foi criada por irmãos Salton e não é muito conhecida, mas em 2005 fez um Cabernet Franc que é muito bom. Eu provei o 2005 e o 2006 lá. A diferença é brutal.

Mas vamos ao vinho, antes que a conversa fique longa. Tem uma coloração rubi escura, intransponível e com um halo de evolução médio. Dá pra guardar mais um ou dois anos, com certeza.

cfx_gNo nariz, logo ao abrir a garrafa ele trouxe aromas de frutas negras bem maduras e um pouco de madeira. Conjunto muito bem harmônico. Depois de algum tempo em taça, o vinho evoluiu muito, trazendo aromas balsâmicos muito fortes, dando um toque especial ao vinho.

Em boca, tem uma estrutura muito boa e taninos muito suaves. Seu retrogosto é relativamente longo e muito macio. Um vinhaço!

Acompanha bem uma carne vermelha forte ou até um risoto, mas eu sugiro que se você comprar uma garrafa, que beba um pouco antes, sem comer nada. Vale a pena.

E pra terminar, vale contar a conversa com a Lindiane, que ao saber que éramos de São Paulo Capital, nos perguntou se as coisas que assiste na TV, como aqueles engarrafamentos enormes e a violência diária são realmente verdade aqui na cidade. Com uma certa tristeza e melancolia, tivemos que contar a ela que sim, é verdade.

Felizes são eles, que vivem nos vinhedos, longe dessa loucura e perto dos vinhos…

Um abraço

 

Daniel Perches


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