Os vinhos também merecem uma segunda chance

Sabe aquela história de que “falar é fácil, difícil é fazer”? Pois é, aconteceu comigo. Eu sempre falo que a gente não deve condenar um vinho de primeira. Não só por todo o trabalho que se teve para fazer aquele vinho, mas também porque justamente aquela garrafa que você abriu pode estar com alguma alteração e pode não representar toda a produção daquele vinho.

Os defeitos dos vinhos mais comuns são relativamente fáceis de serem identificados, como o bouchonné, quando o vinho tem um aroma de pano molhado, ou quando está avinagrado. Quando pegamos uma garrafa com esse problema é muito simples: se estiver em um restaurante, é só chamar o Sommelier e pedir para ele comprovar. Se for constatado, ele troca a garrafa. Algumas importadoras inclusive trocam as garrafas se você levar lá.

Mas tem muitas garrafas que por conta de um mal acondicionamento, como por exemplo passar por um calor intenso ou por ficar chacoalhando por muito tempo, sofrem pequenas alterações.

Aí justo essas garrafas caem em nossas mãos e a gente não hesita e vai logo falando que o vinho é ruim. É claro que nem sempre temos a opção de provar outra garrafa do mesmo vinho (principalmente se for um vinho caro), mas se isso for possível, é recomendável. Porque assim você tira a dúvida se era o vinho ou exatamente aquela garrafa.

E aconteceu exatamente isso comigo, com um vinho rosé que eu havia provado há mais ou menos um ano. Eu tinha comprado 3 garrafas em uma liquidação. Bebi uma, não gostei e guardei duas delas. Ficaram lá em casa até que recentemente eu decidi abrir a segunda, mesmo meio a contragosto (e só porque eu estava sem opções). E não é que estava bem melhor do que aquela que eu tinha provado e pra me deixar ainda mais certo do que eu estou falando, foi muito bem com comida.

É um vinho rosé simples, argentino, feito com a Uva Malbec. Mas atende os requisitos que se propõe, sendo uma boa opção para um dia quente, sem muita pretensão de harmonizações.

E com isso relembrei a lição e que precisamos sempre ter em mente: nunca condene um vinho na primeira garrafa.

Um abraço

Daniel Perches


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