Entendendo e respeitando o terroir brasileiro


Antes de qualquer coisa, vamos definir o que é Terroir. Essa palavra francesa, que não tem tradução, tenta exprimir o ambiente onde o vinho – ou melhor, as uvas – são produzidas.

Entende-se por terroir o conjunto de fatores ambientais (tipo de solo, altitude, inclinação do terreno, exposição à luz, proximidade da água, etc), climáticos (quantidade de sol recebida, quantidade de chuva por ano, etc) e humanos.

Simplificando, é o conjunto de fatores que incide em uma determinada região.

E como esse não é um blog técnico, não vamos entrar em detalhes sobre os tipos de solo que o Brasil possui, quantidade de chuvas ou qualquer outro aspecto.

O que quero deixar claro aqui é que o Brasil tem o seu próprio Terroir. Ou melhor, cada região produtora de vinho no Brasil tem a sua própria identidade. Seja bem lá no Sul, na Cordilheira de Santana, seja em Flores da Cunha, no Vale dos Vinhedos ou lá no norte do Brasil (Vale do São Francisco) onde se produz vinho várias vezes ao ano.

Respeitar o terroir de cada lugar é imprescindível para entendermos o vinho, entendermos o que ele pode nos oferecer e aí sim dizermos se o vinho foi bem feito ou não.

Os produtores nacionais (a sua maioria, pelo menos), já entenderam o seu terroir e têm trabalhado muito seriamente no sentido de explorar da melhor forma as suas potencialidades.

Pra exemplificar: não importa quão boa seja a plantação e o cuidado com as uvas Tannat que o produtor tenha, pois ele não vai fazer um Tannat igual ao que é feito no Uruguai. Essa uva desenvolve-se muito melhor lá do que aqui. No entanto, podemos dizer o inverso para a Merlot. Temos excelentes produtores (e produtos) de Merlot aqui no Brasil, onde essa uva desenvolve-se de forma excepcional.

É claro que esse assunto é amplo e podemos discutir muito mais sobre ele. Quem quiser mais informações (até técnicas) pode me escrever que discutiremos com todo prazer.

O que importa mesmo é entender que os vinhos nacionais têm a sua identidade própria. Entende-la é começar a entender a qualidade que temos por aqui.

Um abraço

Daniel Perches


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