A Real Companhia Velha produz vinhos de excelente qualidade em Portugal


Recentemente estive com o pessoal da Real Companhia Velha, que é uma das (ou a mais) antiga vinícola de Portugal. São 259 anos de história fazendo vinhos no Douro. É daquelas vinícolas que têm tanta história e representam tanto para a história do vinho que vale a pena provar só por isso, mas para melhorar, os produtos são bem interessantes – tanto os vinhos do Porto quanto os brancos e tintos.

E eu provei alguns deles, em um belíssimo almoço no Restaurante Cantaloup, que está fazendo um festival gastronômico que une o vinho a pratos típicos do país e que tem como resultado um dia de uma experiência única, que realmente vale a pena conhecer.

O objetivo deles agora é “descobrir os vários Douros dentro do Douro”, ou seja, resgatar algumas uvas autóctones (locais) e produzir vinhos que tenham a característica do local.

Se você for para Portugal, me parece que vale a visita, principalmente na época da colheita, quando eles fazem uma festa com roupas da época do Marquês de Pombal chamada “Colheita Pombalina”, em setembro.

Veja abaixo alguns dos vinhos provados para se organizar para conhecer, afinal de contas, o portfólio deles é bem grande.
Espumante RVC
Chardonnay e Pinot Noir. Super complexo com leveduras bem aparentes. Muito intenso na boca e bastante gastronômico. Um belíssimo espumante que surpreende.
Séries RVC Samarrinho 2013
Feito em terras altas, contrariando as lendas que dizem que as mais baixas são melhores.
Uva muito aromática, com toques que lembram o Riesling e o Gewurztraminer. Na boca é bem mineral e cítrico. O final é curto, mas ainda sim é bem fresco e pra acompanhar entradas leves é ótimo.
Quinta do Cidrô Rufete 2011
Vinho leve, tanto na cor, aroma e sabor. Fácil de entender e de beber. É um pouco curto, mas quem se importa com isso? Desde que vá bem com comida, está valendo. Foi harmonizado com Migas com chouriço e ovos de codorniz.
Quinta do Cidrô Semillon 2013
O Semillon é plantado lá há muito tempo, mas com o nome de Boal (não o da Madeira). Acham que a origem pode ser em Portugal ou na França.
Vinho mais leve, menos aromático, mas que por ser assim ele acompanha por exemplo um bacalhau com coentro, que para agüentar precisa ter estrutura, mas não precisa necessariamente ser aromático.
Segundo o produtor, se for resfriado quase como um branco, fica ainda melhor. Diz que vai muito bem com sardinhas na brasa.
Carvalhas Tinta Francisca 2011
Vinho mais intenso, mais encorpado. Fica na boca por muito tempo. Acompanhou um arroz de polvo
Tinta Francisca tem grande potencial de envelhecimento. Quando fizeram no começo acharam que tinha pouca cor. Aprenderam que poderiam deixar para envelhecer e isso fez muito bem para o vinho, que foi ganhando coloração com o tempo. Esse, 2011, ha 4 anos não apresentou ainda sinal de evolução, o que mostra que pode ter longa vida.
Quinta dos Aciprestes Grande Reserva 2011
Quinta fica perto do Douro Superior. Já bem clássico. Touriga Nacional e Touriga Franca.
Um grande vinho, com aromas bem intensos, exuberantes, que pedem uma comida bem estruturada.
Um abraço
Daniel Perches

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